apresentam

a exposição

Exposição fotográfica virtual. O artista plástico e fotógrafo, Fernando Grilli, utilizando diferentes técnicas de tratamento digital nas imagens, nos transportará num trânsito criativo, fazendo um passeio pelo Carnaval Carioca. Será uma viagem pelo tempo através da arte da fotografia contemporânea que darão uma nova perspectiva visual, contando com a parceria luxuosa e importante do Mestre Haroldo Costa, autor dos textos que acompanham cada uma das obras.

1932, Praça Onze – Carnaval, Carnaval eterno...

“A Escola de Samba, não importa qual, tem o indiscutível poder de galvanizar multidões. A singularidade de unir multidões. Da sempre lembrada Praça Onze, onde aconteceu o primeiro desfile, até os nossos dias, na famosa Passarela do Samba, o milagre aumenta e se repete em proporções inimagináveis. É a apoteose da vida. A demonstração do quanto podemos, uma vez unidos em torno da alegria de existir. Por isso as Escolas de Samba existem.” Haroldo Costa.

Comentário do Fernando Grilli

Partindo da imagem original do Carnaval da Beija Flor do ano de 2017, a obra representa o povo de foliões na rua, naquele histórico carnaval de 1932 realizado na Praça Onze.

Abre Alas

“Ponto comum de todas as escolas, o primeiro impacto do desfile é o carro Abre Alas. Salgueiro reproduz a Mãe Africa, fonte criadora da humanidade, berço do samba e dos sambistas.” Haroldo Costa.

Comentário do Fernando Grilli

Uma foto que evoca a impressão da primeira capa dos jornais da época em que Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues comandaram uma revolução carregada de muita evolução; que se projeta até nossos dias, e seguramente, continuará no futuro. Representa a minha homenagem a todos os Carnavalescos e suas equipes, comprometidos com “O maior espetáculo ao céu aberto do planeta” Foto original: Éden Africano, Salgueiro 2018.

Baianas

“São o ventre da Escola. Produzem e reproduzem uma elegância secular, provavelmente vinda de algum lugar do outro lado do mar. Elas reinam absolutas. São as Baianas.” Haroldo Costa.

Comentário do Fernando Grilli

Imagem original, Ala das Baianas no desfile da União da Ilha do Governador no Carnaval Carioca do ano de 2018. Uma homenagem a todas as matriarcas negras da nossa história.

Mestre-Sala

“Símbolo da elegância secular e da integração. Depositário dos meneios da etérea , quase inatingível Porta-Bandeira. Seu agradecimento é um ritual de ancestralidade e reverência.” Haroldo Costa.

Comentário do Fernando Grilli

Imagem original, Império da Tijuca no desfile do ano de 2016.

Ela, a Porta-Bandeira

“Ela, a Porta-Bandeira, guardiã do pavilhão em voleios individuais no esplendor da expressão, onde suor e lágrimas se misturam e compõem um fator enérgico que vai da cabeça aos pés.” Haroldo Costa.

Comentário do Fernando Grilli

Imagem original, Império da Tijuca 2016.

Sublime Bateria

“Pode ser troféu de vitórias, bastão de comando ou um símbolo fálico, mas a baqueta reina absoluta e dá comando à bateria.” Haroldo Costa.

Comentário do Fernando Grilli

A minha profunda homenagem a todos os integrantes das Baterias, o coração de cada Escola. O tratamento digital leva a imagem original (Alegria da Zona Sul, 2016) a uma foto bastante antiga e não muito conservada, com manchas e perda da emulsão.

Gratidão

“Mergulhada num mar de plumas e penas, com o êxtase à flor da pele, a passista viaja sem atrapalhar a harmonia pelo planeta carnaval. Síntese do samba em movimento, mostrando gratidão ao magico espetáculo.” Haroldo Costa.

Comentário do Fernando Grilli

Gratidão, um sentimento sem tempo… Imagem original, Acadêmicos de Santa Cruz 2016.

Carnaval Negro, Carnaval de Todos

“O Carnaval Carioca, negro pela generosidade da contribuição rítmica e harmônica da população, ainda escrava; tornou-se o carnaval de todos, daqui e de fora. Irresistível, contagiante, plural, está aí, firme e forte a despeito do mau humor de alguns poucos.” Haroldo Costa.

Comentário do Fernando Grilli

Imagem original, Inocentes de Belford Roxo 2016.

Macobeba

“Como que saindo de um casulo floral formado por pétalas que contrastam com a ferocidade de Macobeba, o monstro incorporado à Unidos da Tijuca pela imaginação do carnavalesco Renato Laje, uma bela componente ilustra o jardim no qual se transforma uma alegoria.” Haroldo Costa.

Comentário do Fernando Grilli

O emblemático Macobeba marcou história no Carnaval do ano de 1981. Utilizando um registro original da Escola do Borel, mas do ano de 2016, viajei nas cores, texturas e formato tão marcantes da fotografia instantânea daqueles anos, as famosas Polaroid.

Verde e Rosa

“Um registro muito especial onde foliões e torcedores se derramam e se confundem na passarela, em seu desfile inaugural, já tingida de verde e rosa pelos componentes da Estação Primeira, marcando um momento inesquecível coroado pelo supercampeonato.” Haroldo Costa.

Comentário do Fernando Grilli

1984 e 2019. Dois desfiles históricos unidos pela desconstrução fotográfica.
1984 marca a inauguração da Passarela Professor Darcy Ribeiro, e a Estação Primeira de Mangueira se torna a supercampeã do Carnaval Carioca. Imagem original, Mangueira Campeã 2019, com um enredo já histórico e emblemático do talentoso Leandro Vieira. A obra final evoca uma clássica foto a cores daquela época, hoje um tanto descolorida pelo passar do tempo.

Portela

“Não há nenhum operário das imagens (fotógrafos e cinegrafistas) que não tenha na sua lista de desejos registrar um “ Voil d’oiseau”, o ponto de vista de um pássaro. Fernando Grilli contemplou o ponto de vista da águia da Portela, símbolo da altaneira e bela guardiã da azul- e-branco de Madureira, numa pintura que dá ainda mais força à imagem.” Haroldo Costa.

Comentário do Fernando Grilli

Nos anos 50, a Portela se converte na primeira Escola a conquistar 10 títulos. Naquela época era muito utilizada na fotografia, uma técnica antiga. Colorir os registros com diversas substâncias a mão.

Ratos e Urubus

“Esta visão catastrófica é um espelho. Reflete e escancara uma dolorosa realidade que só o carnaval pode demonstrar. Aqui está o cerne de nossa própria existência carnavalizada ao extremo. O genial Joaosinho Trinta, a quem a nossa maior festa popular muito deve, criou uma metáfora onde Ratos e Urubus, adquirem um papel da maior importância, e Fernando Grilli completou.” Haroldo Costa.

Comentário do Fernando Grilli

Duas obras, um mesmo conceito. Heróis da Liberdade (Império Serrano), e Ratos e Urubus, (Beija Flor).
Impossível evocar esses desfiles, numa imagem que não tenha o elemento histórico- alegórico utilizado na época. Por isso peguei para esta obra, o icónico Cristo e o sobrepus na minha imagem original, tirada no desfile que deu o campeonato á “Maravilhosa e Soberana” nilopolitana, no Carnaval do ano de 2018. Talvez isso possa gerar controvérsias… mas assim, estará presente o pensamento sempre polêmico do eternamente genial Joãosinho Trinta.

Heróis da Liberdade

“O Império Serrano tem a tradição de reler a nossa história em vários dos seus carnavais. A Serrinha, nascedouro do talento indiscutível de Mano Décio, Dona Ivone Lara, Sebastião Molequinho e o fulgurante Silas de Oliveira, cultivaram com sabedoria e visão, os enredos que ficaram na memória de todo mundo.
Dois estilos bem diferentes. Beija-Flor de Nilópolis e Império Serrano, em muito mais em comum do que se pode pensar.” Haroldo Costa.

Comentário do Fernando Grilli

Duas obras, um mesmo conceito. Heróis da Liberdade (Império Serrano), e Ratos e Urubus, (Beija Flor).
Impossível evocar esses desfiles, numa imagem que não tenha o elemento histórico-alegórico utilizado na época. Para evocar Heróis da Liberdade, peguei aquele mágico balão, e o sobrepus a uma foto que tirei do desfile da Império Serrano do ano de 2016, onde o enredo foi uma homenagem a Silas de Oliveira, uns dos autores do icônico samba-enredo do ano de 1969. A imagem final, lembra um registro daquela época, já descolorida pelo passo do tempo.

Chica da Silva

“Emergindo das senzalas de Diamantina para adquirir o brilho do sol e do ouro, uma mulher negra surge para reinar e subjugar pela paixão um nobre saqueador, mas indefeso às artimanhas de Chica da Silva. Guerreira por si e por todas. Símbolo e inspiração festejada.” Haroldo Costa.

Comentário do Fernando Grilli

Segundo pesquisadores, a emblemática Chica Da Silva é um personagem da segunda metade do século XVIII, portanto, não se conhecem registros fotográficos dela. O daguerreótipo foi o primeiro processo fotográfico a ser comercializado ao público, divulgado em 1839. Com a imagem original da Império da Tijuca, no Carnaval do ano de 2016, me transporto para aquele tempo.

Fantástico, Mágico

“Figura comum da paisagem urbana, surge como elemento imaginário, no Carnaval Carioca. Desafio cumprido pela Viradouro num enredo mágico.” Haroldo Costa.

Comentário do Fernando Grilli

Foto original, Viradouro 2019. Foto em PB com técnica digital representando o visual dos filmes noire, ou de terror dos anos 40/50.

o projeto

O Projeto “UMA DESCONSTRUÇÃO DE SER E TEMPO NO CARNAVAL CARIOCA ATRAVÉS DA FOTOGRAFIA”, é uma parceria entre o artista plástico Fernando Grilli, um dos fotógrafos internacionais que, desde 2016, realiza a cobertura desde a Torre do Sambódromo Marquês de Sapucaí para a RioTur e outros veículos de imprensa nacional e estrangeira; e o ator, diretor, escritor, roteirista, produtor, comentarista de carnaval, e um extenso etecetera, o Mestre carioca Haroldo Costa.

Disse Fernando Grilli: “A desconstrução segundo Jacques Derrida, para muitos considerado o criador do conceito, não significa destruição completa, mas sim desmontagem, decomposição dos elementos de alguma escrita. Como fotografia é também uma escrita, (foto: luz, grafia: escritura) decidi pegar essa síntese e levar a frente esse projeto.

Acho que a plástica das imagens que a Marquês de Sapucaí entrega, são sublimes e únicas no mundo. Vejo em cada integrante das Agremiações, (em cada um deles), nos seus atos e movimentos; um filme, uma expressão teatral, uma poesia. Todos e cada um fazem uma conjunção astral perfeita para dar o maior dos espetáculos, para escrever os versos mais sentidos, mais sublimes. Então escrevo. Escrevo com luzes. Sou fotógrafo. Mas, escrevendo, e tendo o poder sobre as luzes da Avenida, descobrí as sombras… e percebi nessas sombras, a poesia da imagem.

Agora, escrevo, escrevo com luzes e sombras. Agora também sou poeta.”

O Carnaval apresentado pelas Escolas de Samba, é atemporal. Fatos, ideias, conceitos, personagens, são encontrados de maneira parecida através da história dessa festa profana. A fotografia também esta ligada ao tempo, e neste Projeto singular, o artista utilizará fotos de parte do seu trabalho na Avenida, e utilizando diferentes técnicas de tratamento digital nas imagens, nos transportará desde o inicio dos carnavais a partir de 1932, fazendo um passeio até chegarmos aos dias atuais. Por isso uma imagem de hoje pode reconstruir uma história do passado. É sabido que o Carnaval apresentado pelas Escolas de Samba a partir de 1932, (ano do primeiro desfile com regulamento), sempre tiveram disputas; mas elas sempre conduzidas por um fio condutor: a inovação, criação e superação em prol de entregar ao público uma proposta diferente. Um conceito, uma ideia criativa, bem sucedida ou não, jamais ficará órfã ou esquecida. Com certeza será inspiração ou exemplo para outros.

O Projeto “UMA DESCONSTRUÇÃO DE SER E TEMPO NO CARNAVAL CARIOCA ATRAVÉS DA FOTOGRAFIA”, é uma peça artística. Ele não pretende encarar o tema como uma matéria jornalística, ou histórica. Simplesmente cogita, através da fotografia digital e suas ferramentas (e desde o olhar e entendimento do artista), criar uma linguagem numa das vertentes das Artes Plásticas, para se associar e render homenagem à gigante festa popular: “O maior espetáculo a céu aberto do planeta”.

“O olhar tem uma expressão tão vasta que abrange os diversos sentimentos que nos evoca um objeto, uma figura, uma manifestação da natureza ou uma criação humana. Sempre acreditei que o fotógrafo é cumplice do que vê e sente. Quando clica descarrega sua intenção e consagra um instante de emoção. E para sempre.

Fernando Grilli rendeu-se à força das escolas de samba desde que as viu pela primeira vez exercendo o seu feitiço abstrato que toma conta de todos os sentidos no desfile que se concretiza a cada passo e compasso. Pode estar certo que não se trata de um deslumbramento incontido no gênero Aprendiz de Turista, tão bem flagrado por Mario de Andrade. Trata-se de um sequestro. Imediato e complacente. Inevitável.

Intervindo nas fotos registradas Fernando acrescenta concretamente aquilo que cada um de nós faz quase inconscientemente. Ele registra a sua emoção e faz saltar aos nossos olhos, detalhes que talvez não tenhamos registrado antes. Por emoção.” Haroldo Costa.

ficha técnica

Fernando Grilli
Imagens e Tratamento Digital
Haroldo Costa
Textos
Robson Lo Bianco
Diretor Geral do projeto
Fernando de Mello Braga Martins
Proponente do projeto
Bem na Fita Comunicação
Assessoria de Imprensa
Ronaldo Mattos
Desenvolvedor | Designer

realização

patrocínio